Alteração da incapacidade após internação ou atividade restrita em pacientes idosos | ||
São Paulo, 09 de Dezembro de 2010 Incapacidade em pacientes idosos é um processo dinâmico altamente dinâmico e complexo, com elevadas taxas de recuperação e transições freqüentes entre os estados de incapacidade. O papel das doenças interpostas e lesões (isto é, eventos) nestas transições é incerto. Pesquisadores ligados à Faculdade de Medicina da Universidade de Yalepublicaram, recentemente, no Journal of the American Medical Association, um estudo em que avaliaram a relação entre os eventos interpostos e as transições entre estados de não incapacidade, incapacidade leve, incapacidade grave e óbito e para determinar a associação da fragilidade física a estas transições. Foi realizado um estudo de coorte prospectivo, conduzido na grande New Haven, em Connecticut, entre Março de 1998 a Dezembro de 2008 com 754 pessoas comunitárias com idade igual ou superior a 70 anos, não portadores de incapacidades em momento basal nas quatro atividades essenciais da vida diária: tomar banho, vestir-se, caminhar e mudar de lugar. Entrevistas telefônicas foram realizadas mensalmente por mais de dez anos para avaliar incapacidade e certificar-se da exposição a eventos interpostos, que incluiu doenças e lesões que levam à internação ou à restrição da atividade. Fragilidade física (definida como velocidade da marcha > 10 segundos ao teste de caminhada rápida) foi avaliada a cada 18 meses, por 108 meses. Os principais desfechos avaliados foram as transições entre “sem incapacidade”, “incapacidade leve” e “incapacidade grave” e três transições de cada um destes estados para “óbito”, avaliados mensalmente. Internação associou-se fortemente a oito das nove transições possíveis, com aumento das razões de risco (HR) multivariadas até 168 (IC95% = 118 – 239) para a transição de “sem incapacidade” à “incapacidade grave” e HRs diminuídas até 0,41 (IC95% = 0,30 – 0,54) para a transição de “incapacidade leve” a “sem incapacidade”. Atividade restrita também aumentou a tendência de transição de “sem incapacidade” para “incapacidade leve” ou “incapacidade grave” (HR = 2,59; IC95% = 2,23 – 3,02 e HR = 8,03; IC95% = 5,28 – 12,21), respectivamente, e de “incapacidade leve” para “incapacidade grave” (HR = 1,45; IC95% = 1,14 – 1,84), porém não se associou à recuperação de incapacidade leve ou grave. Para todas as nove transições, a presença de fragilidade física acentuou as associações dos eventos sobrepostos. Por exemplo, o risco absoluto de transição de “sem incapacidade” para “incapacidade leve” um mês após a internação para indivíduos frágeis foi igual a 34,9% (IC95% = 34,5 – 35,3%) versus 4,9% (IC95% = 4,7 – 5,1%) para indivíduos não frágeis. Entre as possíveis razões de internação, lesão relacionada a quedas conferiu a maior tendência de desenvolvimento de incapacidade nova ou piorada. Os pesquisadores concluíram que, entre pacientes idosos, principalmente os fisicamente frágeis, doenças interpostas e lesões aumentam grandemente a tendência de desenvolvimento de incapacidade nova ou piora da incapacidade pré-existente. Apenas os eventos mais potentes, isto é, aqueles que levam à internação, reduzem a tendência de recuperação da incapacidade. Uma resenha de Change in disability after hospitalization or restricted activity in older persons - JAMA; 2010;304(17):1919-1928 |
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