sábado, 5 de enero de 2013

Newsletter do Faça Fisioterapia

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Exercício na água tem efeito similar ao do treinamento realizado no solo
Artigo: Eficácia de tratamento fisioterapêutico no equilíbrio estático e dinâmico de pacientes com doença de Parkinson
Artigo: O ultrassom é efetivo no tratamento da tendinite calcárea do ombro?
Efeitos em Curto Prazo do EPAP em Pacientes no início do Desmame da Ventilação Mecânica


Exercício na água tem efeito similar ao do treinamento realizado no solo

Posted: 04 Jan 2013 09:20 AM PST



Ser atleta com este calor não é fácil. Que tal exercitar-se na água com efeitos similares ou superiores aos dos treinamentos no solo? Qualquer lesão ou cirurgia vai afetar a marcha, não importa o local (pé, tornozelo, joelho ou quadril). Às vezes, ficamos muito tempo imobilizados, no leito, em cadeira de rodas ou muletas, sem apoiar o pé no chão e colocar carga no membro afetado. Após estes tipos de lesão, dependendo da gravidade, ficamos totalmente inseguros, às vezes esquecemos como andar, mancamos e não conseguimos transferir o peso para a perna afetada.

Perdemos a coordenação da marcha. Começamos em "deep water", um fosso no extremo da piscina com profundidade superior à altura do paciente, com auxilio de cinto pélvico ou tubo de água, exercitando os membros inferiores com movimentos alternados, ainda sem carga.

Depois, trabalhamos com caneleiras flutuantes, aumentando a resistência, dissociando movimentos de quadril e pernas, recuperando o mecanismo da marcha. Num estágio mais avançado, após permissão médica, começamos a dissociação de cinturas, alternância de membros superiores e inferiores, aumentando progressivamente o peso corporal (trabalhando progressivamente a profundidades cada vez menores) até chegar 50% do mesmo.
Exercício na água tem efeito similar ao do treinamento realizado no solo (Foto: Divulgação)

Vamos utilizar vários tipos de marcha, em diferentes direções, para frente, para trás, de lado, em diagonal, em zigue-zague, etc., introduzindo paradas súbitas. Utilizamos ondas, turbulência, steps, jump com o objetivo de fortalecimento da musculatura e estabilização.

São criadas atividades simulando situações reais, às vezes, mais difíceis devido à instabilidade do meio liquido, por outro lado facilitando movimentos mais ousados, já que a queda na água é macia, particularmente quando o paciente é adaptado ao meio líquido. Quando o paciente receia estar na água, fica mais temeroso e efetuamos inicialmente exercícios de adaptação mental à água e trabalhamos de uma maneira mais fácil e calma.

Respeitamos sempre as diferenças individuais, o nível de condicionamento físico e a adaptação ao meio líquido. Há atletas para os quais o meio liquido não é familiar, portanto não apreciam estar na água, preferem terra firme, mas vêm à piscina para usufruir os benefícios e a eficácia da fisioterapia aquática. O trabalho é individualizado, o tratamento é progressivo, as limitações são respeitadas, o progresso individual é levado em conta.

A hidroterapia é versátil, dinâmica e criativa: apresenta-se ao paciente situações desafiantes para que ele crie estratégias para resolvê-las. Às vezes, um simples exercício de dar um, dois, três passos e parar é suficiente para desequilibrar o paciente dependendo da profundidade, obrigando-o a desenvolver uma "estratégia cerebral" que restabeleça o equilíbrio. Podemos acrescentar turbulência, mudanças do posicionamento das pernas, etc. O paciente precisa contrair todo o corpo para manter-se equilibrado.

A hidroterapia permite trabalhar de maneira global ou segmentar, sempre funcional, além de trabalhar o núcleo corporal, ou seja, o fortalecimento da musculatura abdominal e para-vertebral. A respiração diafragmática está presente em todos os exercícios. O relaxamento no final da sessão é muito importante para eliminar tensões musculares ao nível do músculo trapézio, na região cervical, e tensões psicológicas causadas pela lesão.

O paciente fica muito ansioso por querer ficar logo bem, tornar-se independente, não depender de muletas, cadeira de rodas, acompanhantes, ficar livre da dor, voltar à vida normal. O atleta, que é particularmente ativo, tende a ser mais ansioso. Isto pode ser bom, pois ajuda na recuperação. Por outro lado, aplicando carga precocemente na área lesionada pode sobrecarregar a musculatura envolvida, causando algum tipo de tendinite, bursite, prejudicando a reabilitação.






Artigo: Eficácia de tratamento fisioterapêutico no equilíbrio estático e dinâmico de pacientes com doença de Parkinson

Posted: 04 Jan 2013 05:22 AM PST




INTRODUÇÃO

A doença de Parkinson (DP) é uma das doenças neurodegenerativas mais prevalentes no mundo1. Sua condição debilitante e progressiva é preocupante devido à perda motora, que leva à deterioração da qualidade de vida dos pacientes e, nos estágios mais avançados, à exclusão social.

A etiopatogenia da DP ocorre devido à degeneração progressiva de neurônios da pars compacta da substância negra mesencefálica, local específico da produção de dopamina2. No entanto, a doença não se restringe apenas a uma deficiência do neurotransmissor catecolaminérgico - fato este que explica o porquê de alguns sintomas clínicos não serem responsivos à levodopa3. Pahapill e Lozano4 argumentam que há, também, degeneração de neurônios glutamatérgicos dos núcleos pedunculopontinos, lembrando que a pars dissipatus desses núcleos recebe aferências da medula espinhal e dos núcleos da base e projeta conexões eferentes ao cerebelo e à medula espinhal. No cerebelo, informações corticais da área de associação são transmitidas, formando-se, assim, a via córtico-ponto-cerebelar relacionada com o planejamento do movimento.

O deficit de equilíbrio é um dos sintomas mais comuns em indivíduos com DP, devido aos danos motores causados pela degeneração da via nigro-estriato-palidal5,6. A atrofia e degeneração dos núcleos da base geram um padrão inibitório exacerbado, fazendo com que o paciente encontre dificuldades em modular as estratégias de equilíbrio7. O"parkinsoniano" apresenta um conflito constante de processamento sensitivo central, pois entra em contato com informações visuais e somatossensoriais íntegras e com reações vestíbulo-galvânicas exacerbadas. A maior parte dos pacientes com DP apresenta uma interação deficitária dos sistemas responsáveis pelo equilíbrio corporal e, por conseguinte, tende a deslocar o centro de gravidade para frente8. Além disso, os sujeitos acometidos se tornam incapazes de realizar movimentos compensatórios para readquirir a estabilidade estática e dinâmica do corpo, gerando, com certa freqüência, situações de quedas.

O objetivo deste trabalho foi verificar os efeitos de um tratamento fisioterapêutico específico sobre o equilíbrio estático e dinâmico de pacientes com DP, por meio da aplicação de um protocolo de atividades que promove estimulação das funções motoras e cognitivas.



METODOLOGIA

O desenho deste estudo foi um ensaio clínico controlado. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital de Goiânia; os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. A amostra foi formada por 26 pacientes com DP, divididos em dois grupos: 13 no grupo experimental (GE) e 13 no grupo controle (GC). A distribuição amostral ocorreu por conveniência, seguindo a disponibilidade dos participantes em comparecer semanalmente ao local de tratamento. Ao final de seis meses de tratamento, tendo ocorrido três perdas amostrais, a amostra ficou com 23 pacientes, 12 no GE e 11 no GC.

No que se refere aos critérios de inclusão, foram admitidos sujeitos diagnosticados com DP idiopática, com idade mínima de 40 anos, de ambos os sexos, diferentes credos e graus de escolaridade, e que se encontravam nos estágios de 2 a 4 na escala de Hoehn-Yarh9; e no estágio moderado no subescore motor da escala unificada de classificação da doença de Parkinson (Unified Parkinson's disease rating scale)10. Foram excluídos do estudo os pacientes que apresentavam distúrbios de equilíbrio secundários a outras condições patológicas, como amaurose, síndromes vertiginosas (associadas ou não ao uso de medicamentos), claudicações de diferentes etiologias e deficit cognitivo relacionado a quadro demencial. Os indivíduos que faziam uso de neurolépticos, bem como aqueles que não apresentavam marcha independente, também foram excluídos do trabalho. Todos os participantes foram avaliados na fase on da medicação.

Os dados foram coletados no ambulatório de Fisioterapia da Universidade Estadual de Goiás, em Goiânia, GO. Dois avaliadores,"cegos" quanto aos grupos em que os participantes se encontravam, foram treinados para aplicação dos testes e questionários utilizados.

Para avaliação dos sujeitos, foram aplicados a escala de equilíbrio funcional de Berg (EEFB)11 e o teste de levantar e caminhar cronometrado TLCC (TUG, na sigla em inglês de timed up-and-go)12. A EEFB é uma escala composta por 14 itens envolvendo tarefas funcionais específicas em diferentes situações e bases de apoio. Cada tarefa é subdividida e pontuada de acordo com o grau de dificuldade. O escore varia entre 0 e 56, com pontuações inferiores caracterizando um maior risco de quedas13. Esta foi traduzida para a língua portuguesa14 e apresenta correlação satisfatória com medidas laboratoriais de oscilação na plataforma de equilíbrio, além de ter demonstrado boa correlação com a escala de Barthel (r=0,67). A confiabilidade entre observadores (ICC=0,98), intra-observador (ICC=0,98), bem como a consistência interna (alfa de Cronbach = 0,96), também foram satisfatórias14.

O TLCC também é um instrumento importante para avaliar o equilíbrio. Nele são registrados o tempo para se levantar de uma cadeira com braços, deambular por uma distância de 3 metros e retornar à cadeira, bem como o número de passos. Maiores valores de tempo e número de passos representam maior risco de quedas.

Tratamento

O tratamento proposto aos pacientes do grupo experimental consistiu em assistência promovida por uma equipe de fisioterapeutas (docentes e discentes) durante 6 meses. Em sessões de uma hora com freqüência de três dias por semana, o grupo de participantes foram submetidos a exercícios que estimulassem o equilíbrio, a força, a coordenação motora, a cognição e a flexibilidade. Os materiais utilizados consistiram em bolas suíças de todos os tamanhos, além de bolas esportivas (futebol, basquete e voleibol - cada qual com seu peso específico), tábuas de equilíbrio, bastões, fitas adesivas e colchonetes.

A terapia foi dividida de forma que fossem realizados trabalhos específicos em cada dia da semana. Em todos os dias, a sessão era iniciada com alongamentos de membros superiores, membros inferiores e tronco. O alongamento era realizado de forma passiva, ativa e ativo-assistida. Uma contagem de 30 segundos era realizada nessa atividade, sendo feita sempre em voz alta pelos participantes, para estimular as funções cognitivas15. Tal contagem sofria uma variação em cada exercício, alternando para contagem progressiva, regressiva, numeração par, ímpar, e assim por diante.

Ao final de cada sessão realizavam-se atividades recreativas que estimulassem de forma lúdica o equilíbrio, a dissociação de cinturas escapular e pélvica, a propriocepção e a cognição - em especial a memória, por exemplo: passar a bola em roda falando substantivos iniciados com determinadas letras do alfabeto, ou o nome da pessoa ao lado; passar a bola por cima da cabeça ou por baixo das pernas, para o participante seguinte; jogar a bola na cesta de basquete ou por cima da rede de vôlei etc.

A parte principal de cada sessão era subdividida da seguinte forma: na primeira sessão da semana, o tratamento enfatizava exercícios de facilitação neuromuscular proprioceptiva. Os exercícios eram alternados, visando estimular as posturas decúbito, sentado e ortostatismo. No meio da semana, eram trabalhadas atividades"bobatianas" - com bola suíça e rolos, enfatizando a rotação de tronco e transferências. Na última sessão da semana, o objetivo era estimular a marcha e o equilíbrio estático e dinâmico dos pacientes; os exercícios consistiam em percorrer circuitos específicos que exigissem a deambulação em linha reta e em curvas, com e sem obstáculos. O equilíbrio era trabalhado em circuitos cada vez mais complexos, com atividades realizadas com bolas suíças, tábuas de equilíbrio, subindo e descendo degraus com distratores cognitivos (contagens, memorizações etc.). Em todas as sessões havia músicas variadas, com o objetivo de promover ativação sensorial auditiva.

Em relação ao grupo controle, não houve nenhuma alteração nas atividades motoras basais dos sujeitos. A medicação administrada aos participantes foi mantida nos dois grupos, sendo registrada no início e no final do estudo.

Análise dos dados

A estatística descritiva (média e erro-padrão) foi utilizada para caracterização dos resultados. Foram aplicados testes de análise de variância para medidas repetidas (Anova bidirecional), tendo como fatores"grupo" e"momento" (antes e depois do tratamento). O teste t de Student para amostras independentes também foi utilizado, para verificar as características iniciais dos grupos. Em todas as análises foi considerado um nível de significância de 5%.



RESULTADOS

Este estudo envolveu inicialmente 26 indivíduos diagnosticados com DP idiopática, divididos em dois grupos, experimental e controle. Transcorridos os seis meses de tratamento, ocorreram perdas amostrais nos dois grupos. No grupo experimental houve a desistência de um participante, permanecendo 12 sujeitos; e, no grupo controle, ocorreram duas desistências, restando 11 participantes. Os motivos relacionados às perdas amostrais envolvem mudança de cidade (dois casos) e impossibilidade de transporte do participante ao local de tratamento (um caso). A amostra final foi pois de 23 sujeitos.

A Tabela 1 apresenta as características dos grupos em relação à idade, sexo, grau de escolaridade e grau de acometimento da doença. Por meio do teste t para amostras independentes, foi possível constatar similaridade dos grupos em relação às variáveis acima, indicando que estas não interferiram nos resultados da pesquisa (p>0,05).









Em relação ao equilíbrio, foi constatado um benefício importante da abordagem fisioterapêutica pelos escores da EEFB e do TLCC. A Figura 1 mostra os valores iniciais e finais dos grupos nos dois testes.









Por meio do cálculo da análise de variâncias para medidas repetidas (interação "grupo" X"momento"), foram constatadas diferenças significativas tanto em relação à EEBF (p<0,05) quanto ao TLCC (número de passos e tempo, p<0,05) na comparação entre os dois grupos, com vantagem para as medidas pós-tratamento.



DISCUSSÃO

Os resultados obtidos neste trabalho indicaram um benefício considerável em sujeitos com DP idiopática, submetidos ao protocolo de exercícios de 3 sessões semanais de 60 minutos durante 6 meses, em comparação aos sujeitos do grupo controle.

Conforme mencionado, a DP é um distúrbio subcortical que afeta diversas conexões dos núcleos da base. Essas estruturas são classificadas como controladoras, e não ordenadoras, de movimento, isto é, não participam diretamente do comando motor, mas sim da preparação e harmonia do movimento. Assim os pacientes acometidos pela DP apresentam maior risco de quedas e complicações associadas. Para Canning et al.16; 68% das pessoas com DP sofrem quedas recorrentes, que poderiam ser minimizadas por exercícios simples que"ativassem" a força muscular dos pacientes. Jacobs et al.17; no entanto, argumentam que as alterações motoras na DP não estão associadas a distúrbios do sistema musculoesquelético. Analisando situações de instabilidade corporal, os autores explicam que, apesar de haver co-ativação de músculos antagonistas, a atividade muscular de sujeitos com DP encontra-se preservada e similar à de indivíduos controles. A dificuldade na aquisição de estabilidade postural na DP, concluem os autores, refere-se a alteração na ordenação do movimento, em sua origem subcortical, e não no músculo propriamente dito. Outros artigos indicam ainda que a deterioração frontal, comumente vista em pacientes com demência do tipo Parkinson, também afeta o equilíbrio. Segundo Morris18; isso acaba por dificultar a capacidade de aprendizagem do sujeito. Stella et al.19 constataram declínio da função nigro-estriatro-frontal já nos estágios iniciais da DP.

Diante do exposto, é possível sugerir que a natureza do protocolo terapêutico aplicado, promovendo estimulação das funções cognitiva e motora, pode ter sido responsável pela melhora do equilíbrio dos pacientes do grupo experimental em relação aos do grupo controle. A natureza do exercício realizado neste protocolo, bem como o tempo de assistência terapêutica - equivalendo a um total de 70 sessões - pode ter estimulado a capacidade de aprendizagem do sujeito e auxiliado a melhora motora. O protocolo também promoveu diversos estímulos aos pacientes, repetidos em diferentes circunstâncias e eventos. As seqüências de movimentos realizados exigiram constantes ajustes posturais dos participantes, com variação de velocidade (cadência e ritmo) e intensidade do estímulo. Com tal atividade, pretendeu-se evitar acomodações sensoriais, promovendo estímulos sensoriais gerais e especiais, como forma de estimular o equilíbrio recuperado do paciente20,21.

Os resultados do presente estudo podem indicar, ainda, uma melhora das respostas antecipatórias dos indivíduos, evidenciadas pelos escores finais da EEFB e do TLCC. Com o progresso da DP, um dos distúrbios do movimento mais amplamente acometido é a marcha, onde o paciente apresenta passos curtos, arrastados, com interrupções e acelerações involuntárias (marcha conhecida como petit pas). O desempenho mensurado indica uma melhora da marcha e das reações de equilíbrio e de endireitamento dos pacientes22.

A análise da marcha também poderia ter sido melhor interpretada, caso tivesse sido avaliada em um laboratório de movimento humano. Porém, devido à impossibilidade de locomoção de alguns pacientes até o laboratório de marcha da universidade, é possível supor que tal avaliação acarretaria um aumento significativo na perda amostral, levando a vieses metodológicos. Optou-se por conseguinte em utilizar a EEFB e o TLCC, sabendo que apresentam adequada confiabilidade e validade inter e intra-avaliadores23.

Alguns estudos relatam efeitos positivos propiciados pela intervenção fisioterapêutica em períodos menores de acompanhamento24,25. No entanto, como neste estudo houve limitação no tamanho amostral (não foi possível alcançar um poder estatístico de 80%), optou-se por aplicar um protocolo longitudinal com maior número de sessões, na expectativa de constatar resultados significativos.

A prescrição da fisioterapia como complemento ao tratamento medicamentoso não é unânime entre os autores. Alguns afirmam que a intervenção locomotora precoce consegue preservar, ainda que temporariamente, a função motriz dos sujeitos com DP. Mas Keus et al.26 refutam essa idéia, argumentando que a fisioterapia tem sido freqüentemente prescrita concomitante ao tratamento medicamentoso porque a abordagem motora per se não consegue melhorar o deficit de mobilidade da DP. No presente trabalho, acredita-se que é inadequado dicotomizar ambas as abordagens, tendo a fisioterapia ocorrido em conjunto com a assistência medicamentosa. Além disso, como a comprovação científica do benefício da assistência medicamentosa já está estabelecido, não seria ético propor ao grupo experimental de ser dela privado.

Christofoletti et al.27; ao avaliar a qualidade de vida de sujeitos com DP, enfatizam a importância de abordagens combinando estímulos motores, sensoriais e cognitivos, destacando o sofrimento psíquico gerado pela doença e pelo estigma de que é alvo. No presente estudo, o fato de o tratamento fisioterapêutico ter sido realizado em grupo, assistido por familiares e amigos cuidadores, possibilitou a ampliação das redes sociais dos pacientes, o que certamente repercutiu em benefícios neuropsíquicos.

A atuação da fisioterapia não deve se restringir à ativação da função motriz do sujeito. Mesmo na DP, doença eminentemente motora, a estimulação cognitiva deve ser potencializada. A ativação das estruturas neurais hierárquicas e paralelas é importante, tendo em vista que promove a ação de sinapse nervosa de vias aferentes, eferentes e associativas. Espera-se que este estudo tenha colaborado para a ampliação do conhecimento sobre o equilíbrio humano nas condições degenerativas do sistema nervoso, ressaltando os diferentes mecanismos envolvidos no controle locomotor. Ainda assim, novos estudos são importantes, visando analisar diversas terapias para a população em questão.



CONCLUSÃO

O tratamento fisioterapêutico proposto neste estudo, em três sessões semanais de uma hora durante seis meses, aliando estímulos motores e cognitivos, promoveu melhora significativa no equilíbrio de sujeitos com DP.



REFERÊNCIAS

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26 Keus SH, Bloem BR, Hendriks EJ, Bredero-Cohen AD, Munnek M. Evidence-based analysis of physical therapy in Parkinson's disease with recommendations for practice and research. Mov Disord. 2007;22(4):451-60. [ Links ]27 Christofoletti G, Formiga CKMR, Borges G, Stella F, Damasceno BP. Aspectos físicos e mentais na qualidade de vida de pacientes com doença de Parkinson. Fisioter Pesq. 2009;16(1):65-9. [ Links ]

Autores:



Gustavo ChristofolettiI;


Rosana Tannus FreitasII;


Evandro Rocha CândidoII;


Clariany Soares CardosoII




Artigo: O ultrassom é efetivo no tratamento da tendinite calcárea do ombro?

Posted: 04 Jan 2013 05:21 AM PST


Introdução

A tendinite calcária do ombro é uma calcificação reativa (1), autolimitante (2), caracterizada pela deposição de sais de cálcio nos tendões do manguito rotador (principalmente no tendão do supraespinhoso) (3) e por constantes dores no ombro (4). Conforme Speed e Hazleman (2), essa patologia é mais comum em indivíduos entre 30 e 60 anos de idade, com maior incidência no sexo feminino, podendo ser encontrada tanto em indivíduos sintomáticos quanto assintomáticos (5). Em pacientes sintomáticos, a dor e a perda de amplitude de movimento (ADM) representam as principais queixas (6). A tendinite calcária do ombro corresponde a 17% das síndromes dolorosas do ombro (7).

A razão para a deposição de cálcio no manguito rotador ainda não é bem esclarecida (2). Fatores como relativa isquemia em consequência da hipovascularização na chamada zona crítica do manguito rotador (8), degeneração dos tendões (9) e distúrbios metabólicos (10) têm sido sugeridos como possíveis causas.

Segundo a literatura, a deposição de cálcio nos tendões ocorre de forma espontânea, podendo haver somente uma fase aguda, em que os sintomas tendem a diminuir em poucas semanas, ou a evolução para a cronicidade (11). Nesse caso, prejuízos funcionais, em razão, principalmente, da dor, da diminuição da amplitude de movimento (6, 11) e das alterações na função mecânica do ombro (11, 12) são comumente observados. Talvez, por essas razões, Uhthoff e Sarkar (7, 13) consideram a tendinite calcária do ombro como condição incapacitante.

A abordagem terapêutica da tendinite calcária do ombro consiste na utilização de anti-inflamatórios não esteroides (4, 14), infiltração com corticoide (14), punção (4) e terapia por ondas de choque extracorpórea (4). Aspiração percutânea (4, 15, 16) e cirurgia (11) também são procedimentos realizados, porém somente em último caso, em razão do caráter invasivo de ambas. Os efeitos desses tratamentos variam significantemente e os resultados são, na maioria das vezes, inconsistentes (17).

Dentre os recursos fisioterapêuticos utilizados para o tratamento da tendinite calcária do ombro, o ultrassom tem sido sugerido como alternativa promissora para facilitar a reabsorção dos depósitos de cálcio (15, 18-21). Os mecanismos que fundamentam esse efeito são, entretanto, ainda controversos na literatura e a utilização clínica do ultrassom na tendinite calcária tem sido baseada mais em evidências empíricas do que científicas. Este estudo objetivou realizar uma revisão bibliográfica sobre os efeitos biológicos e terapêuticos do ultrassom, a fim de identificar o seu real papel no tratamento de depósitos calcários, especificamente na tendinite calcária do ombro.



Metodologia

Busca literária

Para a realização desta pesquisa bibliográfica foram consultadas as seguintes bases de dados: MEDLINE (1966 até abril de 2010), PubMed (1966 até abril de 2010), Cochrane Library (1991 até abril de 2010), PEDro (até abril de 2010) e LILACS (1982 até abril de 2010). Os descritores utilizados foram: calcifying tendinitis, calcific tendinitis, calcium deposits, tendinitis calcarea,paratentinitis calcarea, calcification tendons, calcareous tendinitis, ultrasound therapy, therapeutic ultrasound, phonophoresis. Esses termos foram combinados entre si ou aplicados de forma isolada nas bases de dados, como pode ser visto na Tabela 1. Estudos aleatorizados ou não, controlados e publicados na língua portuguesa, inglesa ou espanhola foram incluídos.









Outras estratégias de busca

Além das bases eletrônicas, a busca foi complementada por uma pesquisa manual nas referências bibliográficas dos artigos previamente selecionados e no acervo da biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Seleção dos estudos

Dois revisores independentes selecionaram inicialmente os artigos, de acordo com o título e o resumo. Se tais artigos não forneciam informações suficientes para a inclusão, ou os examinadores verificassem que o artigo era potencialmente útil, uma cópia completa era solicitada. Na presença de divergência entre os avaliadores, quanto à inclusão de algum estudo, estes se reuniam para que um consenso fosse obtido. Não ocorrendo um acordo entre eles, uma terceira pessoa era consultada. Os critérios de exclusão foram artigos em que a amostra compreendia indivíduos com episódio recente de trauma no ombro, artrite do ombro, capsulite adesiva e infecção local.

Desfechos avaliados

A efetividade da fonoforese foi avaliada por meio de um ou mais dos seguintes desfechos: exame radiológico, amplitude de movimento (ADM), dor, porcentagem da droga transmitida pelo ultrassom e função.

Avaliação da qualidade metodológica

A análise da qualidade dos artigos selecionados foi realizada de acordo com a escala de Jadad (22). Segundo a escala, as notas variam de 0 a 5 pontos, sendo que pontuação inferior a 3 indica estudo metodologicamente fraco, e entre 3 a 5 indica pesquisa de alta qualidade (23). Dois revisores independentes avaliaram cada artigo utilizando os critérios de Jadad (22). Na presença de não similaridade entre as notas, os dois avaliadores reuniam-se. Permanecendo o desacordo, uma terceira pessoa era consultada.

Análise dos resultados

As informações referentes ao objetivo, à metodologia e ao desfecho dos artigos selecionados foram organizadas em tabelas, a fim de facilitar a análise e a interpretação de cada estudo. Buscou-se verificar a correlação entre o objetivo e o desfecho do trabalho e avaliar a clareza na determinação e na descrição dos parâmetros utilizados para a pesquisa.



Resultados

A busca eletrônica inicial identificou 1.108 artigos. Destes, 31 foram selecionados a partir da leitura dos títulos, sendo apenas quatro trabalhos (6, 15, 24, 25) incluídos após a leitura dos resumos (Tabela 2). A exclusão dos 27 estudos ocorreu em razão da utilização do ultrassom não associado a fármaco tópico.









A qualidade metodológica dos estudos variou de 0 a 4 na escala de Jadad (0 a 5). Três artigos foram considerados de baixa (6, 24, 25) e um, de alta (15) qualidade. As falhas metodológicas mais comuns entre os estudos foram ausência de duplo-cego (6, 24, 25) e descrição do método de gerar a sequência de aleatorização da amostra (6, 15, 24, 25) (Tabela 3).

Dos quatro trabalhos selecionados (6, 15, 24, 25), três (6, 15, 24) eram estudos clínicos aleatorizados. Os desfechos mais avaliados foram: tamanho da calcificação (15, 24), dor (15, 24) e ADM (6, 15, 24), os quais foram mensurados por meio de raio X e/ou escala Gartner e Heryer, escala visual analógica e goniometria, respectivamente. Dentre os estudos selecionados, dois (15, 24) demonstraram redução da dor e do tamanho da calcificação e dois (6, 25) não apresentaram resultados positivos quanto ao uso do ultrassom na tendinite calcária do ombro. Esses dados estão descritos na Tabela 4.

Na Tabela 5, estão discriminados os parâmetros utilizados nos trabalhos. Pode-se observar que a frequência do ultrassom variou de 0,89 MHz a 3 MHz, e a intensidade ficou entre 0,8 W/cm2 a 2,5 W/cm2, permanecendo ambos dentro da faixa recomendada para aplicações terapêuticas. Em relação ao modo de aplicação, somente um estudo utilizou o ultrassom pulsado (15). O tempo de aplicação variou de 5 a 15 minutos e a frequência das sessões foi de 3 a 5 vezes por semana, totalizando de 9 a 24 sessões.



Discussão

O ultrassom é um recurso amplamente empregado nas afecções do sistema musculoesquelético (26-28), visando principalmente ao controle dos sinais e dos sintomas inflamatórios (29-32), ao estímulo à fibroplasia e à osteogênese (32, 33) e à modulação da dor (26). Os benefícios induzidos por esse recurso são decorrentes de suas ações térmicas e não térmicas nos tecidos (26). Tradicionalmente, esses efeitos são considerados separadamente, embora ambos possam ocorrer em todas as aplicações do ultrassom.

Os efeitos térmicos do ultrassom, incluindo aceleração do metabolismo, alteração da velocidade de condução nervosa, aumento do fluxo sanguíneo e da extensibilidade de tecidos moles, redução ou controle da dor e do espasmo muscular (30, 34), são os mesmos obtidos com outras modalidades de aquecimento; porém as estruturas-alvo do aquecimento (tecidos ricos em proteínas, principalmente colágeno) são diferentes (35). Os efeitos atérmicos resultam de eventos mecânicos (cavitação, correntes acústicas e microfluxo) produzidos pela passagem da onda sonora nos tecidos e estão relacionados: 1) ao aumento da permeabilidade da pele (36) e da membrana celular (37); 2) ao aumento dos níveis de cálcio intracelular (38); 3) ao aumento da síntese proteica e da atividade de fibroblastos e condrócitos (39, 40) e 4) ao aumento da degranulação de mastócitos (41) e da atividade dos macrófagos (42).

Os benefícios supracitados são, entretanto, dependentes dos parâmetros utilizados para aplicação do ultrassom (43), principalmente da dosimetria. Variáveis como o tamanho da área a ser tratada, diferenças teciduais (44), duração da aplicação (43) e o objetivo da conduta terapêutica (44) também devem ser considerados.

Em uma revisão realizada por Gam e Johannsen (17), em que foram analisados artigos publicados entre 1950 e 1992, foi concluído que apenas 22 dos 293 artigos revisados apresentavam metodologia adequada, sendo apenas esses os que comprovaram a eficácia do ultrassom. Além disso, os autores relataram a dificuldade de investigar uma possível relação entre dose/resposta em razão do déficit de informações sobre os parâmetros utilizados na aplicação desse recurso.

De maneira semelhante, no trabalho de Robertson e Baker (19) foi avaliada a qualidade metodológica de estudos que abordavam a efetividade do ultrassom terapêutico em indivíduos que apresentavam dor e/ou lesões musculoesqueléticas. Dentre os trabalhos consultados, a falta de grupo controle, de tratamento padronizado e de critérios de avaliação, bem como a ausência da análise estatística dos resultados, caracterizou os estudos como sendo de baixa qualidade metodológica (19).

Efeitos do ultrassom na tendinite calcária do ombro

Conforme demonstrado pela presente revisão, poucos estudos têm investigado os efeitos e/ou a efetividade do ultrassom (6, 15, 24, 25) no tratamento da tendinite calcária do ombro, e os resultados encontrados nos trabalhos selecionados foram variáveis. Apesar disso, a utilização do ultrassom no manejo dessa afecção é trivial na prática clínica do fisioterapeuta (26, 28).

Resultados positivos foram observados no trabalho conduzido por Ebenbichler et al. (15), que, por meio de um estudo randomizado e duplo-cego, analisaram a efetividade do ultrassom terapêutico comparado ao placebo no tratamento da tendinite calcária do ombro. Os pacientes do grupo experimental receberam 15 minutos de ultrassom pulsado (1:4) com frequência de 0,89 MHz e intensidade de 2,5 W/cm², com a área do cabeçote de 5 cm². No grupo controle, o recurso terapêutico foi aplicado pelo mesmo período de tempo, porém desligado. Foram realizadas ao todo 24 sessões. Após seis semanas de intervenção, verificou-se significativa diferença entre os grupos na diminuição do depósito calcário, favorecendo o grupo experimental. Houve redução da dor e melhora da qualidade de vida nesse grupo em relação ao controle após o término do tratamento. No entanto, após os nove meses de follow-up não foi encontrada diferença significativa entre os grupos.

Shomoto et al. (24) realizaram um estudo com 40 pacientes estratificadamente randomizados em dois grupos. O grupo experimental (n = 20) foi submetido a cinco minutos de ultrassom terapêutico (modo contínuo; 3 MHz; 1 a 2 W/cm²; ERA de 4,3 cm²; área da superfície de 5 cm²) associado a exercícios. O grupo controle (n = 20) foi tratado apenas com exercícios. Todos os participantes sofreram intervenção três vezes por semana até o final do estudo, porém os autores não informaram a duração da pesquisa. Observou-se, no grupo experimental, melhora significativa da calcificação com poucos pacientes ainda presenciando dor durante a movimentação ativa. No grupo controle, a maioria das calcificações não modificou a área e nem a densidade, ou os pacientes apresentaram piora da condição.

Especificamente em relação às ações do ultrassom na tendinite calcária, Ebenbichler et al. (15) sugerem que os efeitos térmicos induzidos por esse recurso seriam os responsáveis pela redução da calcificação. Os autores afirmam que a atividade das células capazes de fagocitar as partículas de cálcio, assim como o metabolismo e o fluxo sanguíneo, é favorecida pelo aumento da temperatura dos tecidos. Esses efeitos, em conjunto, possibilitariam a desintegração dos depósitos de cálcio. Shomoto et al. (24) acreditam que a redução do depósito calcário também esteja relacionada ao aumento da circulação sanguínea, da atividade dos fagócitos e à liberação de fatores quimiotáticos.

Os parâmetros utilizados por Ebenbichler et al. (15) e Shomoto et al. (24) foram diferentes entre si; no entanto, os resultados encontrados nos dois estudos foram semelhantes, havendo redução da dor e da calcificação. Esses fatos podem ser justificados pela alta dose total de energia fornecida aos pacientes submetidos ao tratamento em ambos os estudos.

Dois estudos (6, 25) encontraram resultados divergentes aos trabalhos de Ebenbichler et al. (15) e Shomoto et al. (24).

Perron e Malouin (6) investigaram a efetividade da iontoforese associada ao ultrassom terapêutico na tendinite calcária do ombro de 22 voluntários. O grupo experimental foi submetido a nove sessões de iontoforese seguidas de ultrassom contínuo (1 MHz; 0,8 W/cm²; 5 minutos). O grupo controle não recebeu nenhum tratamento durante o mesmo período. Os autores não encontraram diferença significativa entre os grupos na redução da área e da densidade do depósito calcáreo. O mesmo foi observado para dor e abdução passiva do ombro. Concluiu-se que a iontoforese associada ao ultrassom não é efetiva para a reabsorção do depósito calcário, como também na melhora da funcionalidade. A diminuição em ambos os grupos do tamanho e da densidade do depósito calcário resulta, provavelmente, de um processo natural e não do tratamento empregado (6). O fato dos autores não terem identificado efeitos positivos no grupo experimental em relação ao controle pode ser em razão da falha metodológica do trabalho.

No estudo de Greve et al. (25), foi utilizado o ultrassom terapêutico e o fortalecimento muscular em 60 ombros com disfunção tendinosa. Destes, 18 apresentavam tendinite calcária do ombro. Os parâmetros utilizados para o ultrassom terapêutico não foram mencionados pelos autores e o estudo não apresentava grupo controle. Os pacientes foram tratados duas vezes por semana, de 1 a 8 meses. Ao final do tratamento, 11 dos 18 pacientes tiveram resultados insatisfatórios; e no follow-up, de 6 a 36 meses, 13 indivíduos não melhoraram. Não houve diferença entre os resultados encontrados com as alterações radiológicas. Como os autores não informaram os parâmetros utilizados e não compararam os resultados obtidos com grupo controle, inviabiliza-se afirmar que o ultrassom não promove benefícios para os indivíduos com tendinite calcária do ombro (19, 44).

A comparação entre os achados positivos e negativos (6, 15, 24, 25) deve ser feita com cautela, uma vez que os parâmetros são diferentes e, em alguns casos, não são citados (19, 44).

A frequência (MHz) do ultrassom é responsável por determinar a profundidade de penetração da onda mecânica no tecido-alvo (39). A literatura afirma que quanto maior a frequência da onda ultrassônica, menor será sua penetração nos tecidos e maior será a absorção (45, 46). Considerando que a patologia a ser tratada é de caráter superficial, não seria necessária a utilização de altas frequências. No entanto, resultados positivos e negativos foram observados independentes da frequência.

Assim como a frequência, a intensidade (W/cm2), que influencia nos mecanismos térmicos e atérmicos promovidos pelo ultrassom, também foi variável. De acordo com Low e Reed (47), a energia sonora é convertida em energia térmica, sendo esta proporcional à intensidade do ultrassom. Em todos os estudos avaliados, a intensidade foi aplicada dentro da faixa terapêutica e demonstrou proporcionar efeitos positivos. Portanto, fica claro que a aplicação inadequada desse recurso pode não induzir aos benefícios terapêuticos e/ou causar danos aos tecidos biológicos (25). Por isso, é importante que sejam conhecidos os parâmetros apropriados, a fim de atingir os objetivos propostos, dentro dos limites seguros (48).

As divergências encontradas nos estudos que demonstraram efeitos positivos e negativos podem ser justificadas pelos diferentes parâmetros utilizados nos trabalhos. Apesar de inicialmente os parâmetros usados por Ebenbichler et al. (15) e Shomoto et al. (24) parecerem diferentes, a dose média aplicada por sessão foi semelhante (w/cm2 x minuto).

Nos estudos com resultados positivos, a frequência utilizada foi desigual. O fato demonstra que esse parâmetro parece não ser determinante para a efetividade do ultrassom no tratamento da tendinite calcária do ombro, que se caracteriza por uma patologia de caráter superficial.

A dose utilizada por Perron e Malouin (6) não é citada, inviabilizando qualquer tipo de decisão, e a falta de grupo controle no estudo de Greve et al. (25) intensifica a baixa qualidade do estudo.

Parâmetros do ultrassom terapêutico, como frequência, intensidade, regime de emissão (contínuo ou pulsado) empregado e tempo de aplicação, foram controversos entre os autores (6, 15, 24, 25) (Tabela 1) e interferem nos resultados (43, 44). Tanto o estudo de Ebenbichler et al. (15) quanto o de Shomoto et al. (24), além de terem registrado a efetividade do ultrassom terapêutico na tendinite calcária do ombro, apresentaram melhor qualidade metodológica em relação aos demais artigos. Conforme observado nos estudos revisados, os benefícios parecem estar relacionados à dose total e também à qualidade metodológica, que é um fator determinante para haver efetividade no tratamento da patologia. A randomização da amostra pode ser um fator importante para a distribuição igualitária entre os grupos de fatores prognósticos que também poderiam interferir nos resultados do estudo, sendo esse fato inserido na questão da qualidade metodológica.

Por meio da análise dos artigos desta revisão, sugere-se que o ultrassom terapêutico possa ser efetivo na diminuição ou resolução da tendinite calcária do ombro, bem como da sintomatologia presente nessa afecção, desde que haja adequada seleção de parâmetros para sua aplicação. Parece que a efetividade do ultrassom na tendinite calcária do ombro está relacionada à dose e ao número de sessões totais, ou seja, a quantidade de energia fornecida ao paciente.



Conclusão

Esta revisão sugere que o ultrassom pode ser um recurso importante no tratamento da tendinite calcária do ombro, podendo atuar positivamente na redução dos depósitos calcários desde que o recurso seja utilizado dentro de parâmetros satisfatórios. Para isso, a dose total, considerando-se a dose fornecida pelo recurso e o número de sessões, deve ser adequada ao objetivo do tratamento. Nesse sentido, faz-se necessária uma adequação metodológica para publicação de estudos que utilizem o ultrassom como recurso terapêutico no tratamento da tendinite calcária do ombro.



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Autoras:

Josiane Sena dos SantosI;


Rebecca Barbosa de Decco Monteiro MarinhoII;


Angélica Rodrigues AraújoIII;

Maria Emília de Abreu ChavesIV;


Mariane Palumbo NascimentoV;


Aline de Morais PereiraVI



Efeitos em Curto Prazo do EPAP em Pacientes no início do Desmame da Ventilação Mecânica

Posted: 03 Jan 2013 05:35 AM PST

O título é objetivo, expondo a variável preditora, nesse estudo a pressão positiva expiratória nas vias aéreas (EPAP), e o desfecho, nesse caso efeito no inicio do desmame, porém incompleto, haja vista que o objetivo fora comparar essa modalidade com o uso do Tubo T, e isso não é claro no título.

Trata-se de um ensaio clínico randomizado e prospectivo, de caráter transversal, objetivando avaliar os efeitos cardiorrespiratórios e a viabilidade do EPAP, em comparação ao tubo T, para o desmame de pacientes em ventilação mecânica. Os autores apresentam os supostos benefícios que o EPAP possui como aumento da pressão transdiafragmática, melhora da oxigenação dentre outras, e diante disso realizam uma comparação desse recurso com o uso do Tubo T, durante o desmame da ventilação mecânica, pois esperam que as diferenças encontradas sejam devidas as diferentes intervenções.

Para alcançar os objetivos, randomizou-se a amostra para conformação de dois grupos, sendo um experimental e outro o qual sofreria a intervenção. Foi avaliado quarenta pacientes que atendiam critérios para desmame e tinham sido mecanicamente-ventilados por mais de 48 horas, média de idade de 59 anos, incluindo 23 homens. Todos os pacientes foram submetidos ao tubo T e dispositivos de EPAP, a 7 cm H2O, durante um período de 30-minutos. Variáveis cardiorespiratórias inclusive o trabalho respiratório, freqüência respiratória (rr), saturação periférica de oxigênio (SpO2), freqüência cardíaca (hr), pressão arterial (SEIVA, DAP, MAPA) estavam sendo medidas nos primeiros e trigésimo minuto. Todos os pacientes estavam sendo ventilados em um Servo 900C ou Servo 300C (Siemens-Elema, Solna, Sweden) com pressão de suporte <12cmH2O antes do início do protocolo. A condição clínica de cada paciente foi relatada no Acute Physiology and Chronic Health Evaluation II, quando em tubo T os pacientes recebiam oxigênio a 5l/min. A pressão do EPAP foi determinada em 7cmH2O, seguindo protocolos de outros estudos. O protocolo foi iniciado e o paciente foi transferido de parâmetros de ventilação prévios em Pressão Suporte para o primeiro método, como determinado por randomização. Parâmetros foram registrados a "Tempo 1": um minuto depois da instalação do desmame e a "Tempo 30": 30 minutos depois da primeira medida. Trinta minutos depois do começo do método primeiro, o paciente foi reposto em ventilação mecânica durante pelo menos 30 minutos, sob os mesmos parâmetros de ventilação usados antes do começo do protocolo. Depois disso, o segundo método de desmame foi testado.

Pode-se dizer que a amostra é adequada parcialmente, pois existe uma heterogeneidade na amostra, além das diversas causas que levaram os indivíduos ao suporte ventilatório mecânico. Total de 40 pacientes é um tamanho razoável para o delineamento do estudo, porém somente com cálculo amostral seria possível dizer se o tamanho fora adequado ou não, e isso não foi realizado.

Na estatística são representados resultados em termos de desvio padrão para variáveis contínuas. Foram feitas comparações usando teste t de Student para amostras emparelhadas. O nível de significância foi estabelecido em p <0.05, padrão para estudos do gênero. O teste t de Student é adequado quando amostras são pareadas para avaliação de antes depois e quando sua distribuição se comporta de forma normal sobre a curva gaussiana. As análises foram realizadas no software Stata 8.0.

A conclusão demonstrou que desmamando os pacientes da ventilação mecânica, com EPAP eleva o trabalho ventilatório exercido por estes pacientes sem outras mudanças cardiorrespiratórias significantes. Assim os autores sugerem cautela ao usar EPAP como uma ferramenta de desmame da ventilação mecânica. A confiabilidade pode ser considerada alta, devido critérios bem definidos de inclusão e exclusão, amostra randomizada e presença de grupo controle e técnica estatística adequada.

As referências bibliográficas não são atuais para época do estudo, mas oportunas uma vez que utilizaram literatura crítica, periódicos internacionais de bom fator de impacto e temas correlatos ao estudo. Estão apresentadas em forma correta seguindo o padrão utilizado pelo periódico (Vancouver) em acordo com Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals.

Análise crítica de artigo

Reider MM, da Costa AD, Vieira SRR. Short-term effects of positive expiratory airway pressure in patients being weaned from mechanical ventilation. CLINICS 2009;64(5):403-8

Por:

Giovani Bernardo Costa
Guilherme Corrêa Quatorze Voltas

Artigo original na íntegra:

http://ukpmc.ac.uk/articles/PMC2694243

viernes, 4 de enero de 2013

Criterios de ingreso

Criterios de ingreso hospitalario del paciente con enfermedad de Crohn y colitis ulcerosa. Criterios de baja laboral
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Criterios de ingreso hospitalario del paciente demente
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Criterios de ingreso hospitalario desde Urgencias en pacientes con patología respiratoria
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Criterios de ingreso en la Unidad de Cuidados Intensivos de los pacientes con EPOC
S Mayoralas Alises. F García Río. S Díaz Lobato.
Medicine. 2002;08:4062-3
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Indicaciones de ingreso hospitalario y en la Unidad de Cuidados Intensivos de un paciente con EPOC
D. Nauffal Manssur.
Medicine.2010; 10 :4440-2
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Evaluación del estado de gravedad de pacientes con infecciones graves. Criterios de ingreso en unidades de cuidados intensivos
Enferm Infecc Microbiol Clin. 2009;27:342-52
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URTICARIA y mas urticaria, angioedema, alergia a medicamentos
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Manejo general y en medicina extrahospitalaria de los síndromes alérgicos
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Respuestas inmunes asociadas a Alergia
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Protocolo diagnóstico y terapéutico de las reacciones alérgicas por picaduras de himenópteros
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Valoración clínica de las respuestas anafilácticas. Criterios de ingreso hospitalario y en la Unidad de Cuidados Intensivos
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Reacciones alérgicas a alimentos
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Atte.
Dr.Máximo Cuadros Chávez

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Advancing the Care of Cancer Patients with Vertebral Compression Fractures—A Radiation Oncology Expert Panel Discussion
Jon Strasser, Neha Amin, Gregg Dickerson, Nancy Cersonsky, Michelle Stinauer, Brian Petersen, Timothy Birney
Oncology & Hematology Review, 2012;8(1):12–7
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Section 1. Current Treatment Practice for Spinal Metastases
Dr Strasser, a radiation oncologist, initiated the presentation with an overview of the manifestation of spinal metastases, stating that these develop in about half of all cancer patients. The median survival after bone metastases is 12 months with prostate cancer and five months with lung cancer, but it is two to three years in patients with breast cancer and multiple myeloma.1–4 Therefore, it is important to address bone metastases in these patients. Treatment is especially important if patients develop fractures and experience pain.

Bone metastases lead to skeletal-related events, including fractures, pain, spinal cord compression, and hypercalcemia. Spinal metastases can be classified as osteolytic or osteoblastic; radiosensitive or radioresistant; or by spinal cord location. Osteoblastic vertebral lesions, which are common in patients with prostate cancer, are characterized by increased bone density and decreased bone stiffness. Osteolytic bone lesions, which are common in patients with multiple myeloma, are characterized by decreased bone density, bone stiffness, and bone strength. Patients with osteolytic lesions have a higher risk of fractures.

When managing patients with spinal metastases, it is important to consider neurological aspects (e.g., degree of epidural cord compression, myelopathy, or radiculopathy), oncological aspects (e.g., tumor histology, radiosensitivity, and prognosis), mechanical instability, systemic disease, and patient preference for treatment.

Treatment goals are generally achieved by using a combination of complementary systemic and local therapies. Systemic therapy is used to improve patient survival, slow the progression of the disease, and prevent future events. Systemic therapy options for spinal metastases include steroids, bisphosphonates, chemotherapy, hormonal agents, and radiopharmaceuticals. Local therapies include surgery (e.g., spine stabilization) and radiation. Local therapy is used to control pain, restore anatomy, ablate a systemic tumor, and stabilize a fracture.

Reasons for performing open surgery for spinal metastases include tissue confirmation, pain relief, spine stabilization, anterior decompression, and neurologic decompression. Open surgery is a major procedure—patients need a prolonged rehabilitation (four to six weeks of recovery)—and it may not be suitable for some of them. Surgery can decompress nerves and restore anatomy, but it generally cannot treat the tumor.

Reasons for using conventional radiation to treat patients with bone metastases are that radiation treats the tumor, provides local pain control, delays or prevents local progression, and is relatively non-invasive. Problems with radiation therapy are that compression fractures are still possible after radiation; the bone is weakened; radiation is myelosuppressive; and it does not stabilize the fracture.

IPN desarrolla antiviral contra la influenza

http://www.eluniversal.com.mx/articulos/75699.html

IPN desarrolla antiviral contra la influenzaEstudiando la estructura del virus de la influenza humana, la investigadora Blanca Lilia Barrón Romero, desarrollo un antiviral que bloquea ciertas proteínas del microorganismo

Viernes 04 de enero de 2013Notimex | El Universal13:21

La investigadora politécnica Blanca Lilia Barrón Romero, de la Escuela Nacional de Ciencias Biológicas (ENCB) desarrolló en el Laboratorio de Virología un antiviral contra el Virus de la Influenza Humana, a tres años de la alarma provocada en México por su aparición.

La académica del Instituto Politénico Nacional (IPN) detalló que el antiviral está basado en la identificación de regiones importantes en la proteína viral hemaglutinina, glucoproteína antigénica que se encuentra en la superficie del virus de la gripe.

En un comunicado explicó que "la labor realizada en el Laboratorio de Virología de la ENCB se apoyó en la base de datos sobre los diferentes tipos de hemaglutininas que pueden tener los virus existentes de la influenza".

"Se analizaron los 16 tipos de hemaglutinina viral, se buscaron regiones altamente conservadas entre los diferentes tipos de esta proteína y con propiedades físico-químicas similares de donde se obtuvieron varios péptidos de pequeño tamaño que pueden bloquear la función de la proteína original, ya que compiten por los sitios de reconocimiento".

Actualmente, dijo, hay dos grupos de antivirales contra dicho virus, uno de ellos es la amantadina y sus derivados que impiden ingresar al interior de la célula, aunque en los últimos años la mayoría de las cepas de influenza a nivel mundial presentan resistencia a este grupo de antivirales, por lo que no fue utilizado en la pandemia de hace tres años.

Destacó que el otro grupo de antivirales son el oseltamivir y zanamivir, que actúan inhibiendo una enzima viral que es importante para la salida de los nuevos virus como la neuraminidasa (NA), enzima presente en la envoltura de la cápside del virus de la gripe.

El objetivo de la investigación que Barrón Romero llevó a cabo durante más de dos años fue buscar las regiones de HA que participan en los cambios de estructura y propiciar su presencia para que se impida el desarrollo del virus.

La idea que motivó a la especialista de la ENCB del IPN a enfocar su labor con la hemaglutinina de este virus se originó en el hecho de que uno de los blancos considerados como importantes para el diseño de antivirales es utilizar proteínas virales que sean indispensables para una exitosa infección y la hemaglutinina cumple con el requisito.

Books Update. NYT


January 4, 2013
Books Update
Fuente: http://www.nytimes.com/indexes/2013/01/04/books/booksupdate/index.html

On the Cover of Sunday's Book Review

'The Twelve Tribes of Hattie'
By AYANA MATHIS
Reviewed by ISABEL WILKERSON


Set against the backdrop of the Great Migration, Ayana Mathis's novel is a brutal and poetic allegory about a family beset by tribulations.
Up Front: Isabel Wilkerso


Also in the Book Review

Francine Prose: By the Book


The author, whose recent books include "The Turning" and "Reading Like a Writer," enjoys skimming writers' memoirs for gossip about people she knows.
By the Book: Archive

'Love Song: The Lives of Kurt Weill and Lotte Lenya'
By ETHAN MORDDEN
Reviewed by ALLAN KOZINN


Kurt Weill and Lotte Lenya inhabited several countries and genres.

'The Tale of the Heike'
Translated by ROYALL TYLER
Reviewed by CHRISTOPHER BENFEY


Combining various narrative styles, Royall Tyler translates a medieval Japanese saga of pride, romance and warfare.

'A Man of Misconceptions'
By JOHN GLASSIE
Reviewed by JAD ABUMRAD


John Glassie's subject, an intensely curious 17th-century thinker, tried to explain a rapidly changing world.

'Me Before You'
By JOJO MOYES
Reviewed by LIESL SCHILLINGER


In Jojo Moyes's novel, the young assistant to a quadriplegic devises adventures they can undertake together.

'The Barbarous Years'
By BERNARD BAILYN
Reviewed by CHARLES C. MANN


Bernard Bailyn argues that the early settlers were a "mixed multitude" who created disparate American cultures.

'Love Is a Canoe'
By BEN SCHRANK
Reviewed by DEAN BAKOPOULOS


Her marriage in trouble, a young New York professional turns to the self-help book she loved as a child.

'The End of Your Life Book Club'
By WILL SCHWALBE
Reviewed by CHRISTOPHER R. BEHA


How a man and his mother connected during her final illness.

'Life Goes On'
By HANS KEILSON. Translated by DAMION SEARLS.
Reviewed by JUDITH SHULEVITZ


Originally published in 1933, Hans Keilson's autobiographical first novel paints a bleak picture of life in Weimar Germany.

'The Physics of Wall Street'
By JAMES OWEN WEATHERALL
Reviewed by FLOYD NORRIS


Physicists have applied their science (successfully) to some of the thorniest problems in economics, James Owen Weatherall argues.

CRIME
Stolen Life
By MARILYN STASIO


In "Daddy Love," Joyce Carol Oates writes about a young boy snatched from the parking lot of a mall.

'What's a Dog For?'
By JOHN HOMANS
Reviewed by WALTER VATTER


A look at the relationship between dogs and people.

'The Care and Feeding of Exotic Pets'
By DIANA WAGMAN
Reviewed by LYDIA MILLET


Diana Wagman's heroine encounters a deranged iguana owner.

jueves, 3 de enero de 2013

Se debe tener mucho cuidado al elegir los zapatos apropiados para los niños

Atención a los pies de los niños

Se debe tener mucho cuidado al elegir los zapatos apropiados para los niños.
ARCHIVO / THE MIAMI HERALD
PURIFICACIÓN LEÓN
EFE REPORTAJES


Algunas de las deformidades en los pies de los niños se pueden apreciar desde el nacimiento, pero otras se dan durante su crecimiento. Entre las primeras, las más frecuentes son el metatarso aducto, el pie talo valgo y el pie zambo, señala Gaspar González, especialista del Servicio de Traumatología y Ortopedia Pediátrica del Hospital Universitario La Paz de Madrid.

“El metatarso aducto consiste en que la mitad anterior del pie está torcida hacia adentro, mientras que el pie talo valgo se encuentra casi pegado a la cara anterior de la pierna y está dirigido hacia fuera. Los niños con pie zambo, sin embargo, tienen todo el pie orientado hacia adentro”, aclara el doctor González.

El facultativo explica que tanto el metatarso aducto como el pie talo valgo son deformidades “de origen postural que se deben al ‘empaquetado’ compacto del feto en las últimas semanas del embarazo”. Ambas, en la mayor parte de los casos, se resuelven espontáneamente durante las primeras semanas de vida.

El pie zambo, por su parte, es una deformidad con mayor rigidez. El especialista señala que esta alteración precisa un tratamiento que consiste en “manipulaciones e inmovilizaciones con yeso seriadas y una mínima participación quirúrgica”.

Por otro lado, entre las deformidades que se ven a lo largo del desarrollo del niño destacan el pie plano y el pie cabo, asegura el experto. El pie plano se define por la ausencia de puente y por una huella plantar aumentada. Se trata de una condición normal en los niños menores de cinco años, que se corrige espontáneamente durante el crecimiento.

Sin embargo, “aproximadamente un 15 por ciento de la población no sigue esta evolución y presenta un pie plano persistente”, precisa el doctor González.

El especialista destaca que, entre estos casos, deben identificarse los llamados pies planos patológicos, que se caracterizan por “presentar algún tipo de limitación en la movilidad y que se manifiestan a partir de los ocho o diez años con dolor”.

Asimismo, Esther Díaz, responsable de la Unidad de Cirugía Ortopédica y Traumatología Infantil del Hospital Regional de Málaga, afirma que una de las deformidades podológicas que con más frecuencia se ven en las consultas es el pie plano valgo dinámico.

La doctora señala que este tipo de pies planos “son frecuentes en la edad infantil debido a la hiperlaxitud, es decir, a una flexibilidad mayor de lo normal en articulaciones, músculos, tendones y cartílagos”.

La especialista apunta que la mayoría de los niños de entre cuatro y ocho años tiene hiperlaxitud y afirma que con frecuencia dicha hiperlaxitud fisiológica produce “un aplanamiento de la bóveda plantar del pie”.

El pie cabo es otra de las deformidades que pueden apreciarse a lo largo del desarrollo del niño. Los pequeños con esta afección tienen un arco excesivo y una huella reducida.

El doctor González advierte de que en los casos con deformidad progresiva o con dolor “debe descartarse una patología neurológica subyacente”. Además, el facultativo asegura que no existe ningún tratamiento no quirúrgico que corrija el pie cabo.

El experto recalca que la mayoría de los pies planos desaparecen a lo largo del crecimiento y las deformidades posturales congénitas como el metatarso aducto y el pie talo valgo también suelen corregirse por sí solas.

Sin embargo, en lo referente a las deformidades de los pies en la infancia, hay dos aspectos que hacen necesario el tratamiento quirúrgico. “Uno de ellos es la presencia de rigidez o movilidad limitada, que suele producir dolor y afectar a la realización de las actividades físicas normales. La otra condición que requiere cirugía es la progresión de la deformidad a lo largo del tiempo”, detalla el médico.

Además, el doctor aclara que ni las plantillas ni el calzado ortopédico tienen capacidad correctora sobre las deformidades descritas. “Pueden ser útiles en determinados casos para disminuir el dolor asociado a un apoyo anómalo, pero no deben usarse con el objetivo de corregir la deformidad”, apunta.

Seguir las recomendaciones de los especialistas es igualmente necesario a la hora de comprar zapatos para los benjamines de la casa. En este sentido, el doctor César Galo García Fontecha, en su web traumatologiainfantil.com señala que la longitud del calzado de los niños debe ser aproximadamente un centímetro mayor que el pie. “Si es menor, apretará los dedos, especialmente por la tarde, y si es superior, provocará cansancio al caminar”, asegura.

Otro de sus consejos es adquirir zapatos confeccionados con materiales transpirables. De esta manera, se evitará la sudoración excesiva y la aparición de dolencias cutáneas como las infecciones por hongos.

En el terreno del calzado, el doctor González afirma que para el primer año de marcha lo más recomendable son las botas cortas, pues proporcionan calidez y protección.

Más tarde, tanto el calzado deportivo actual como los zapatos convencionales resultan suficientes para proteger el pie y para mantener una movilidad adecuada. No obstante, “debe rechazarse el calzado excesivamente rígido o demasiado blando”, detalla y añade que hay que comprar zapatos que sean lo suficientemente anchos.

Por otra parte, González destaca que no se debe impedir que los niños caminen descalzos si la superficie sobre la que lo hacen es segura.•




Read more here: http://www.elnuevoherald.com/2013/01/02/v-fullstory/1374999/atencion-a-los-pies-de-los-ninos.html#storylink=cpy

Nuestro absurdo miedo a la grasa

Nuestro absurdo miedo a la grasa




ACCORDING to the United States government, nearly 7 out of 10 American adults weigh too much. (In 2010, the Centers for Disease Control and Prevention categorized 74 percent of men and 65 percent of women as either overweight or obese.)
But a new meta-analysis of the relationship between weight and mortality risk, involving nearly three million subjects from more than a dozen countries, illustrates just how exaggerated and unscientific that claim is.

The meta-analysis, published this week in The Journal of the American Medical Association, reviewed data from nearly a hundred large epidemiological studies to determine the correlation between body mass and mortality risk. The results ought to stun anyone who assumes the definition of “normal” or “healthy” weight used by our public health authorities is actually supported by the medical literature.
The study, by Katherine M. Flegal and her associates at the C.D.C. and the National Institutes of Health, found that all adults categorized as overweight and most of those categorized as obese have a lower mortality risk than so-called normal-weight individuals. If the government were to redefine normal weight as one that doesn’t increase the risk of death, then about 130 million of the 165 million American adults currently categorized as overweight and obese would be re-categorized as normal weight instead.

To put some flesh on these statistical bones, the study found a 6 percent decrease in mortality risk among people classified as overweight and a 5 percent decrease in people classified as Grade 1 obese, the lowest level (most of the obese fall in this category). This means that average-height women — 5 feet 4 inches — who weigh between 108 and 145 pounds have a higher mortality risk than average-height women who weigh between 146 and 203 pounds. For average-height men — 5 feet 10 inches — those who weigh between 129 and 174 pounds have a higher mortality risk than those who weigh between 175 and 243 pounds.

Now, if we were to employ the logic of our public health authorities, who treat any correlation between weight and increased mortality risk as a good reason to encourage people to try to modify their weight, we ought to be telling the 75 million American adults currently occupying the government’s “healthy weight” category to put on some pounds, so they can move into the lower risk, higher-weight categories.

In reality, of course, it would be nonsensical to tell so-called normal-weight people to try to become heavier to lower their mortality risk. Such advice would ignore the fact that tiny variations in relative risk in observational studies provide no scientific basis for concluding either that those variations are causally related to the variable in question or that this risk would change if the variable were altered.

This is because observational studies merely record statistical correlations: we don’t know to what extent, if any, the slight decrease in mortality risk observed among people defined as overweight or moderately obese is caused by higher weight or by other factors. Similarly, we don’t know whether the small increase in mortality risk observed among very obese people is caused by their weight or by any number of other factors, including lower socioeconomic status, dieting and the weight cycling that accompanies it, social discrimination and stigma, or stress.

In other words, there is no reason to believe that the trivial variations in mortality risk observed across an enormous weight range actually have anything to do with weight or that intentional weight gain or loss would affect that risk in a predictable way.

How did we get into this absurd situation? That is a long and complex story. Over the past century, Americans have become increasingly obsessed with the supposed desirability of thinness, as thinness has become both a marker for upper-class status and a reflection of beauty ideals that bring a kind of privilege.

In addition, baselessly categorizing at least 130 million Americans — and hundreds of millions in the rest of the world — as people in need of “treatment” for their “condition” serves the economic interests of, among others, the multibillion-dollar weight-loss industry and large pharmaceutical companies, which have invested a great deal of money in winning the good will of those who will determine the regulatory fate of the next generation of diet drugs.

Anyone familiar with history will not be surprised to learn that “facts” have been enlisted before to confirm the legitimacy of a cultural obsession and to advance the economic interests of those who profit from that obsession.

Don’t expect those who have made their careers on fomenting panic to understand that our current definition of “normal weight” makes absolutely no sense.

Paul Campos is a professor of law at the University of Colorado, Boulder, and the author of “The Obesity Myth: Why America’s Obsession With Weight Is Hazardous to Your Health.”
A version of this op-ed appeared in print on January 3, 2013, on page A25 of the New York edition with the headline: Our Absurd Fear of Fat.

http://www.nytimes.com/2013/01/03/opinion/our-imaginary-weight-problem.html?src=me&ref=general#

Analizan el “extraño” origen del osteosarcoma


Analizan el “extraño” origen del osteosarcoma

Categoría: Ciencia y TecnologíaPublicado el Jueves, 03 Enero 2013 06:09
Sorprende a científicos el cambio de célula normal a cancerosa

REDACCIÓN

“Pensé que iba a morir”, dice Chris Chapman, un joven británico de 20 años, cuando recuerda el día en que se le dijo que tenía osteosarcoma, una forma de cáncer de hueso.

“Pero lo descubrieron en una etapa temprana y supe que tenía la posibilidad de sobrevivir la enfermedad”.

Ese espíritu combativo ha ayudado a Chris durante ocho meses de quimioterapia y un año de operaciones, primero para amputarle la pierna izquierda sobre la rodilla y después para extraer tumores de sus pulmones.

Pero aprender a vivir con una pierna a los 15 años de edad no fue el mayor desafío que tuvo que enfrentar el joven.

Ahora su objetivo es formar parte del equipo británico de baloncesto en silla de ruedas en los Juegos Paralímpicos de Río en 2016.

Lo que lo inspiró fueron los eventos de verano realizados en Londres.

“No puedo describir lo que sentí. Me hizo atreverme a lograr mis objetivos. Pensé ‘algún día quiero hacer eso’. Quiero ir a Río”.

Chris comenzó a involucrarse en el deporte hace dos años y rápidamente se dio cuenta de que era muy bueno.

“Siempre estuve loco por los deportes pero cuando me amputaron la pierna no volví a pensar en eso durante dos años”.

Entonces lo invitaron a asistir a un juego regional de baloncesto en silla de ruedas y después durante un campamento de entrenamiento se convenció de que podía participar y también enfocarse en un objetivo más grande.

Osteosarcoma es la forma más común de cáncer primario de hueso. Tiene una tasa de supervivencia de sólo 43 por ciento, peor que la leucemia, el cáncer ovárico y el de vejiga.

Según un informe reciente de la Red Nacional de Inteligencia de Cáncer, más de la mitad de pacientes que sufren la enfermedad tienen menos de 24 años.

También es un cáncer raro. En el Reino Unido unas 400 personas son diagnosticadas con cáncer primario de hueso cada año y 150 con osteosarcoma, según el Fondo de Investigación de Cáncer de Hueso.

Los científicos todavía no logran entender qué es lo que provoca que una célula del hueso normal se vuelva cancerosa.

Varios equipos de investigadores en todo el mundo están estudiando la diferencia entre las células de hueso normales y las células del osteosarcoma para que los expertos puedan encontrar tratamientos que logren atacar las células anormales a tiempo.

LA MEJOR OPCIÓN

Chris descubrió que tenía cáncer de hueso poco después de lesionarse jugando fútbol en el colegio.

Cuando el agudo dolor que desarrolló en la pierna no desaparecía sus padres lo llevaron al médico, quien después de descubrir un bulto en la rodilla del joven lo envió directamente a tomarse una radiografía.

Al día siguiente fue referido al Real Hospital Ortopédico en Birmingham, Inglaterra, para que le hicieran un escáner de hueso.

A menudo existe la posibilidad de extraer el tumor y el hueso enfermo y reemplazarlo con una prótesis de hueso, pero el tumor de Chris estaba ubicado muy cerca de su rodilla y enredado en músculo, nervios y vasos sanguíneos. “Entonces decidí que la mejor opción sería que amputaran mi pierna sobre la rodilla”, dice Chris.

El joven nunca se arrepintió de haber tomado esa decisión.

CAMINO A RÍO

Ahora lleva una prótesis de pierna y aunque todavía no puede correr con ésta, sí puede caminar con comodidad durante distancias cortas.

Pero donde Chris realmente está en su elemento es en la silla de ruedas, jugando baloncesto con sus amigos y compañeros de equipo.

“Esto me ha ayudado muchísimo, en términos de la confianza. Durante mi tratamiento me volví muy tímido”, dice.

Ahora está sumamente ocupado y muy concentrado en los próximos cuatro años. Actualmente juega con los Steelers de Sheffield y competirá en la Eurocopa en Alemania el próximo año y, si todo sale bien, en los campeonatos mundiales para menores de 22 en Turquía y Gran Bretaña.

Aunque sus semanas están llenas de actividades con sesiones de entrenamiento, en el gimnasio y partidos, el joven además tiene un trabajo administrativo y una novia “a quien ve cuando puede”.

Se le ha declarado en remisión de cáncer durante dos años y medio, pero lo que realmente le importa son los próximos cuatro años.

“Será muy competitivo. Si me esfuerzo muchísimo, creo que lograré ir a Río”. “Pero van a ser cuatro años muy largos y difíciles”, afirma.

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Suprascapular Nerve Decompression | Arthroscopic Shoulder Surgery

http://colegiomexicanodeortopediaytrauma.blogspot.mx/2013/01/suprascapular-nerve-decompression.html
Suprascapular Nerve Decompression | Arthroscopic Shoulder Surgery

Raquia vs general en cesárea

Comparación aleatoria de los efectos de raquia con dosis bajas o anestesia general sobre los gases arteriales umbilicales durante cesárea en fetos con alteración del flujo por Doppler


A randomised comparison of the effects of low-dose spinal or general anaesthesia on umbilical cord blood gases during caesarean delivery of growth-restricted foetuses with impaired Doppler flow
Jain, Kajal; Bhardwaj, Neerja; Sharma, Anchal; Kaur, Jaswinder; Kumar, Praveen
European Journal of Anaesthesiology January 2013 - Volume 30 - Issue 1 - p 9-15
doi: 10.1097/EJA.0b013e3283564698


Context: Hypotension following spinal anaesthesia for caesarean delivery may decrease uteroplacental perfusion and produce foetal acidosis. The optimal anaesthetic technique for mothers with foetal growth restriction and impaired Doppler flow is unclear.
Objective: To compare the effects of low-dose spinal anaesthesia and general anaesthesia on neonatal outcome and maternal haemodynamics. Design: Prospective, randomised clinical trial. Setting: Tertiary care hospital. Patients: Forty pregnant women with foetal growth restriction and impaired Doppler flow scheduled for elective caesarean delivery. Interventions: The women were allocated randomly to receive a low-dose spinal anaesthetic or standard general anaesthesia for elective caesarean delivery. SBP was maintained between 80 and 100% of baseline using bolus doses of phenylephrine. The total duration of hypotension, dose of phenylephrine used and any incidence of hypotension, nausea or vomiting were recorded. Main outcome measures: The primary outcome variable was arterial and venous umbilical cord base deficit. Neonatal outcome and maternal haemodynamics were analysed as secondary endpoints. Conclusion: In this study, there was no difference in umbilical cord base deficit between the groups. Larger studies would be required to assess whether the mode of anaesthesia influences the incidence of clinically important neonatal acidosis in neonates with foetal growth restriction
http://journals.lww.com/ejanaesthesiology/Fulltext/2013/01000/A_

randomised_comparison_of_the_effects_of_low_dose.4.aspx



Atentamente
Anestesiología y Medicina del Dolor
www.anestesia-dolor.org


Cuarto diplomado. Formación de profesores en ortopedia

XXVII Jornada Nacional de Ortopedia. Acapulco, México, 2013

ebooks. Alerta

Crece número de lectores de e-books en Estados Unidos
La cantidad de lectores de libros electrónicos pasó del 16% en el 2011 al 23% este año, mientras que quienes leen libros tradicionales en papel pasaron del ...
www.elfinanciero.com.mx/index.php?option=com...



[SDL] Ebooks - For Beginners - GameDev.net
Many publishers such as O'Reilly sell books in ebook format. Could you be more specific as to what you need focus on? Are you searching for a book covering ...
www.gamedev.net/topic/636500-ebooks/




De cómo hacer un buen e-book | Cromo
Pasado el tiempo de adaptación, las versiones electrónicas de los libros se están expandiendo y ...
www.cromo.com.uy/2012/12/de-como-leer-el-e-book/

¿Donde conseguir ebooks gratuitos? - Yahoo! Respuestas
Respuestas a la pregunta ¿Donde conseguir ebooks gratuitos? en la categoría Libros y autores en Yahoo! Respuestas. Hola buenas me acabo de comprar un ...
es.answers.yahoo.com/question/index?qid...



¿Cómo escribir un buen e-book? | AETecno
La mayoría de los e-books son lisas y llanas representaciones de sus contrapartes impresas, solo que son palabras en una pantalla en lugar de palabras en ...
tecno.americaeconomia.com/.../como-escribir-un-buen-e-book


miércoles, 2 de enero de 2013

Nueve errores comunes en la aplicación de la tecnología móvil en bibliotecas

http://www.thinkepi.net/category/notas-thinkepi-2013

Nueve errores comunes en la aplicación de la tecnología móvil en bibliotecas
27 diciembre, 2012 Por Natalia Arroyo-Vázquez
en Notas ThinkEPI 2013

Cuando nos enfrentamos a una nueva tecnología debemos realizar el esfuerzo de probarla hasta entenderla y asumirla. Sólo después de comprender sus peculiaridades y apropiarnos de ella seremos capaces de aplicarla en un ámbito determinado, encontrando utilidades que contribuyan de alguna manera a mejorar los productos y servicios que prestamos, la relación con los usuarios o clientes o la práctica profesional. En el camino es imprescindible probar y equivocarse para obtener después mejores resultados.

Las bibliotecas están asimilando en este momento la tecnología que incorporan los dispositivos móviles —especialmente smartphones y tabletas, que son los más comunes— y descubriendo posibles utilidades prácticas. El primer paso ha sido la adaptación de contenidos web, que tiene en las bibliotecas universitarias los primeros ejemplos en España, pero también se está experimentando con códigos QR (con la creación de aplicaciones nativas) y, los más atrevidos, con realidad aumentada (Riancho y Juárez, 2011). En los foros profesionales y la bibliografía se pueden encontrar ya las primeras experiencias.

A través del análisis de esas experiencias, de la lectura de la bibliografía profesional y del contacto directo con los profesionales se pueden detectar algunos errores comunes en la aplicación de la tecnología de los dispositivos móviles al ámbito de las bibliotecas. En este texto se recogen nueve de ellos con la intención de que sirvan como punto de inicio para el debate y la reflexión.

1. Asumir que la puesta en práctica de determinados servicios es complicada y costosa.

Crear un sitio web adaptado a la pantalla de un smartphone y obtener un código QR es sencillo y asequible económicamente para cualquier biblioteca con acceso a internet (Rubio Montero et al., 2010), y ni siquiera es imprescindible tener a mano un dispositivo móvil, aunque sí lo es para familiarizarse con el medio. Incluso están apareciendo servicios web y aplicaciones, como Mobincube1, Aurasma2 o Layar creator3, que facilitan tareas que inicialmente resultaban más complejas para quienes desconocían los lenguajes de programación, como la creación de aplicaciones nativas (Carnerero y Bagés, 2012) o de capas de realidad aumentada (Riancho y Juárez, 2011; Humphries, 2012).

2. Adoptar los mismos esquemas del medio escrito o trasladar la forma de hacer de nuestros ordenadores de sobremesa o portátiles.

Un ejemplo de ello se da al enlazar desde un código QR, que el usuario va a descifrar la mayor parte de las veces desde un smartphone, con un documento electrónico diseñado para ser impreso, como un tríptico o un artículo a doble columna4. La lectura de cualquiera de estos documentos no será cómoda para quien lee en la pantalla de unsmartphone, pues tendrá que desplazarse de derecha a izquierda y de arriba abajo varias veces para leerlo, y posiblemente esto lleve a perder el interés por él. La forma de evitar este tipo de errores es situarse en el contexto de quien descifrará el código y asumir la tecnología después de haberla probado.

3. Pensar que el uso de la tecnología móvil es innovador por sí solo.

La innovación vendrá de los usos que se le dé a la tecnología que incorporan los dispositivos móviles, y no de su aplicación por sí sola. Quizás los primeros ejemplos de uso de dispositivos móviles sean innovadores, los siguientes sólo lo serán si introducen alguna novedad o ponen en práctica algún nuevo servicio. Aún nos quedan por ver muchas aplicaciones innovadoras de los dispositivos, puesto que apenas se han materializado las primeras. En este sentido, las aplicaciones nativas, de las que se hablará más adelante en este texto, han demostrado ser una fuente casi inagotable para encontrar nuevas utilidades.

4. Confundir los códigos QR con la realidad aumentada.

La realidad aumentada consiste en la superposición de contenidos digitales sobre la realidad, capturada desde la cámara de un smartphone, tableta o videoconsola. Los códigos QR, sin embargo, funcionan a modo de enlace entre nuestro entorno —se pueden visualizar en la pantalla de un ordenador o colocar en un cartel, folleto, papel o cualquier superficie— y el contenido. Ambos (código y contenido), se ven en una secuencia correlativa, no superpuestos, a diferencia de la realidad aumentada, que los mezcla. De la misma manera que los códigos QR, en secuencia, funciona Google Goggles5, que en ocasiones se toma como una App de realidad aumentada.

5. Obviar los interfaces táctiles.

La interacción con las pantallas de los dispositivos móviles actuales suele ser táctil. Sin embargo, los diseños de algunos sitios web adaptados a dispositivos móviles y aplicaciones nativas obvian completamente esa característica. ¿Por qué no pensar en esta característica y crear enlaces en forma de botones, por ejemplo?

6. Romper la experiencia de movilidad del usuario enlazando desde una web adaptada para smartphones con otra que no lo está.

Según los resultados de un estudio publicado por Nielsen (2011), la usabilidad disminuye perceptiblemente al acceder desde un dispositivo móvil a una web diseñada para grandes pantallas. A menudo se encuentran sitios web de bibliotecas adaptados a móviles que enlazan con páginas no adaptadas. Esto se produce por la misma razón explicada en el segundo punto de esta enumeración: no situarse en el contexto del usuario. Aunque a veces se asume esto como un mal menor ante la dificultad que supondría la adaptación del catálogo, más compleja técnicamente, o del esfuerzo de adaptar nuevas páginas web. Sin duda sería interesante analizar las estadísticas de uso del sitio para conocer cómo reaccionan los usuarios ante estas discontinuidades.

7. No medir los resultados.

¿Cuánta gente visita nuestra web desde un dispositivo móvil? ¿Cuántos acceden a la versión para móviles? ¿Cuántos acaban escaneando un código QR que ponemos en la biblioteca? Servicios como Layar creator3 incorpora analíticas de uso de sus capas de realidad aumentada y existen varias formas de medir cuántas veces se ha llegado hasta el enlace desde un código QR6.

8. No facilitar una forma de enlace entre la web completa y la web para móviles.

Posiblemente un usuario que necesita información de la biblioteca accederá a la web completa a través de su móvil, puesto que el url que conoce es ése. Si no se facilita un enlace visible a la versión móvil y tampoco existen otras formas de detección automática, ¿cómo será capaz el usuario de llegar a ella? El esfuerzo de adaptación de la web se verá entonces desaprovechado.

9. Desaprovechar las capacidades de los dispositivos móviles en la creación de aplicaciones.

La mayor parte de las aplicaciones desarrolladas por las bibliotecas hasta el momento se limitan a reproducir los contenidos de sus sitios web y son muy pocas las que aprovechan las capacidades únicas del dispositivo. Tres buenos ejemplos de ese aprovechamiento son las búsquedas mediante el código de barras7, ShelvAR y Suma.

En el primero la cámara de fotos del smartphone capta el código, que es decodificado por la aplicación, que busca después en el catálogo o base de datos, obteniendo los resultados que coinciden con ese código. Por otra parte, ShelvAR8 es una aplicación capaz de detectar qué libro está mal colocado en la estantería y Suma9 permite al personal bibliotecario recoger datos sobre el uso de los servicios y espacios físicos y analizarlos desde el iPad (Chapman, Casden y Duckett, 2012).

Hagamos el esfuerzo de adaptarnos al nuevo medio, “pensemos en móvil”. Identifiquemos los errores y evitémoslos para mejorar la experiencia del usuario.

Notas

1. http://www.mobincube.com

2. http://www.aurasma.com

3. http://www.layar.com/features/#feature-layarcreator

4. Véase el mensaje a la lista de distribución Iwetel en el que se alertaba de este error:
http://listserv.rediris.es/cgi-bin/wa?A2=ind1212A&L=IWETEL&F=&S=&P=81

5. http://www.google.com/mobile/goggles

6. Hernández Coderch, Jordi (2011). “QR-Analytics. Midiendo el uso de tus QR-codes”. QR-code, 10 marzo.
http://www.qrcode.es/es/2011/03/qr-analytics

7. Aplicaciones como Library Anywhere incorporan esa función:
http://www.libanywhere.com

8. http://www.shelvar.com

9. http://www.lib.ncsu.edu/dli/projects/spaceassesstool

Bibliografía

Carnerero Gamiz, Francesc; Bagés Visa, Taïs (2012). “Desarrollo de aplicaciones de bibliotecas para Android y iOS”. En: XI Workshop REBIUN sobre proyectos digitales. 23 noviembre. http://upcommons.upc.edu/video/handle/2099.2/3276

Chapman, J.; Casden, J.; Duckett, K. (2012). “The Suma project: an open-source, mobile tool enabling observational data collection and análisis”. En: Library assessment conference, Charlottesville, 29 octubre.http://www.lib.ncsu.edu/sites/default/files/files/pdfs/Suma-Assessment-Conference-Poster-Final.pdf

Humphries, Anthony (5 diciembre, 2012). “A Dose of (Augmented) Reality: Exploring possible uses within a library setting”. En: eLibrary, News from the eLibrary team.
http://bcuelibrary.wordpress.com/2012/12/05/a-dose-of-augmented-reality-exploring-possible-uses-within-a-library-setting

Nielsen, Jakob (26 septiembre, 2011). “Mobile Usability Update”. Alertbox.
http://www.useit.com/alertbox/mobile-usability.html

Riancho, Gontzal; Juárez Urquijo, Fernando (2011). “Muskiz y Las batallas de Somorrostro: un ejemplo práctico de cómo entendemos la memoria local en la sociedad de la movilidad”. En: IV Encuentro Bibliotecas y Municipio, Madrid, 17 noviembre.http://travesia.mcu.es/portalnb/jspui/bitstream/10421/6146/1/Muskiz.pdf

Rubio Montero, Francisco José; et al. (2010). “La web movil en bibliotecas universitarias: movilízate desde 0 euros”. En: X Workshop Rebiun sobre proyectos digitales: diez años de proyectos digitales: cambian las bibliotecas, cambian los profesionales. Valencia, 7 y 8 de octubre.
http://riunet.upv.es/handle/10251/8655